Menores viciados e sem controlo no Placard

Apostas no jogo da Santa Casa são proibidas a menores de 18 anos. Adolescentes chegam a apostar usando o dinheiro das refeições e a tirar dinheiro aos pais sem estes saberem

Atualmente há menores viciados no Placard, que apostam com o dinheiro para as refeições e/ou as poupanças do pais. A dependência é tão intensa que, em dias de jogos grandes de futebol, os jovens chegam a fazer filas para apostar, em particular nos mediadores que se situam perto das escolas. A Santa Casa da Misericórdia (SCML) garante que “não tem conhecimento concreto dessa situação” e, caso venha a ter, “atuará nos termos da lei”. É aos mediadores que cabe fazer cumprir as regras, ou seja, impedir que os menores joguem. Neste ou noutro jogo qualquer.

Para se poder apostar no Placard pela primeira vez, é necessário mostrar o cartão do cidadão ou de contribuinte e registar o número. O terminal entrega de seguida um talão, com o NIF do jogador, para apresentar próximas vezes. De acordo com algumas fontes de informação, os menores chegam usar o talão com o número de contribuinte dos pais ou de um colega maior de idade. Alguns chegam mesmo a registar-se com o próprio NIF, visto que os terminais não detetam se o número pertence a um menor. Vários agentes dos jogos da Santa Casa relataram situações de verdadeira “loucura”, mencionando casos em que os jovens vêm sozinhos dizendo que têm autorização dos pais ou que a mãe está à espera no carro.

Em apenas quatro meses de vida, o Placard, novo jogo de apostas desportivas, conseguiu a proeza de cativar quase meio milhão de apostadores, entre os quais muitos menores, legalmente impedidos de jogar. Fenómeno que ninguém controla e que se revela bastante preocupante e está constantemente a ser encorajado devido as publicidades excessivas do Placard, pois tratam-se de crianças que frequentemente não têm a maturidade emocional necessária para saber gerir o vício das apostas desportivas.